Ministro Teori Zavascki recebeu o documento há pelo
menos uma semana, segundo o jornal 'O Globo'. Prisão de Cunha também está no
pedido, de acordo com a coluna Radar On-Line, de VEJA
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot(Charles
Sholl/Futura Press/Folhapress)
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo
Tribunal Federal (STF) a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador
Romero Jucá (PMDB-RR) por tentarem barrar as investigações da Operação Lava
Jato. A informação é da edição desta terça-feira do jornal O Globo.
No pedido, que está com o ministro Teori Zavascki há pelo menos uma
semana, Janot também pediu o afastamento de Renan da presidência da Casa. Os
argumentos, de acordo com o jornal, são similares aos apresentados contra o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que o tirou da
presidência da Casa e do mandato de deputado federal.
A trama contra a Lava Jato foi gravada pelo ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado. Nas captações, Renan sugere mudar a lei para
inibir a delação premiada, ao passo que Jucá descreve uma
articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma
e, a partir daí, "estancar a
sangria da Lava Jato".
Conforme revelado em VEJA desta semana, em seu acordo de delação
premiada, Machado disse que distribuiu 60 milhões de reais em propina para
peemedebistas durante os doze anos que esteve à frente da estatal, entre eles
Renan, Sarney e Jucá - apenas ao ex-presidente da República, foram 19 milhões
de reais. Machado também contou que guardava dinheiro no exterior para políticos,
entre eles o presidente do Senado.
A coluna Radar On-Line, de VEJA, complementa a informação revelando que, no caso de Sarney, Janot quer que ele fique em casa (prisão domiciliar)
com uma tornozeleira eletrônica.
Janot também pediu a prisão do
presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Segundo a
Procuradoria-Geral da República (PGR), Cunha continua tentando interferir na
Lava Jato, bem como nas comissões da Casa.
Defesa - O advogado Antônio Carlos de
Almeida Castro, o Kakay, que defende o presidente do Renan, Sarney e Jucá
afirmou que as gravações não justificam o pedido de prisão. "Quem vai
decidir é o STF, quero ver o fundamento do pedido, mas pelo que saiu na
imprensa, nada justifica medida tão drástica e espero que o STF não determine
uma medida como esta", disse ele, em entrevista à Rádio Estadão.
Kakay tambám destacou que opiniões contrárias à Lava Jato não podem ser
interpretadas como tentativa de ostruir as investigações. "Eu mesmo sou
crítico dos excessos dessa operação e repito, não vi nessas conversas qualquer
tentativa de interferência. Hoje tudo passou a ser tentativa de interferência. Depois
da Lava Jato, prisão preventiva virou regra. Essa banalização da prisão me
assusta, enquanto advogado e enquanto cidadão", afirmou ele.
(Da redação)
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